11 de dez. de 2014

para ler: on the road

Há uma semana terminei de ler o livro On The Road do escritor - que está para virar um dos meus queridinhos - Jack Kerouac. Gostei demais do livro e para saber mais detalhes sobre o que eu achei, é só continar lendo!


Bom, para começar eu gostaria de contar que eu não li o manuscrito original. Acontece que quando o livro foi publicado pela primeira vez - depois de várias recusas de outras editoras - foi exigido a Kerouac que ele editasse o livro, cortando e censurando, até mesmo mudando alguns nomes, pelo o que ouvi dizer de quem leu o manuscrito original, que foi publicado só mais tarde. A versão que eu li foi essa "limpada" e pretendo ler o original algum dia. Meu livro é daqueles de bolso da editira LPM. 

O livro é narrado por Sal Paradise, um jovem escritor da costa leste que logo nas primeiras páginas conta que havia acabado de se divorciar e tinha passado por uma séria doença. Sal, que morava em Nova Jersey com sua tia, fazia parte de uma turma de intelectuais: havia Carlo Max, Chad King e mais outros muitos companheiros que passavam horas bebendo e embalados em conversas sobre escritores, existencialismo e mais toda essa conversa caracterísca da geração beat, que ainda contava com o jazz e o blues, as viagens e o uso de drogas. Muitos desses jovens da geração beat - que realmente existiu e foi extremamente influenciada pelo Jack Kerouac - eram escritores. 

É a partir de Chad King que Sal conhece o personagem crucial do livro, Dean Moriarty, um jovem que começa de se comunicar com Chad por cartas escritas em um reformatório no Novo México, em suas cartas Dean pedia a Chad que ele o ensinasse tudas aquelas "coisas intelectuais". Dean naquela época era um deliquente casado com a jovem Marylou. e foi assim que Sal o conheceu quando Dean finalmente chegou à costa leste para conhecer Chad e os outros. Dean chegou a morar um tempo na casa da tia de Sal e o pediu que o ensinasse a escrever. Sal achava Dean fascinante: ele era um viajante, um cara da estrada e conversou muito com Sal sobre suas viagens, o que provocou em Paradise uma grande vontade de cair na estrada. Dean então vai embora, direto para Denver. Não muito tempo depois Sal resolve, com algum dinheiro no bolso e alpargatas nos pés, ir também ao oeste, com direção à Denver e depois à são Francisco, idas de volta ao leste e ao oeste novamente também estão presentes no livro com paradas em locas como Nova Orleans, assim como uma inesperada viagem ao México. E é aí que o livro começa a contar sobre a vida na estrada.

On The Road

Conforme a vida na estrada avança é possível notar também um avanço dos personagens, principalmente de Dean, há várias pontos importantes na sua vivência, como a procura pelo pai que não é 100% abordada mas é perceptível na leitura, a relação que ele tem com as mulheres de sua vida - Marylou, Camille e, mais tarde, Inez - e sua relação com as pessoas que os cercam, principalmente Sal Paradise. Tudo no personagem é muito profundo. 

Kerouac descreve cada coisa com muita profundidade e intensidade, cada local pelo qual Sal passa e cada persogem que aparece na medida que a narrativa avança. Enquanto lia o livro pude enxergar um tom de nostalgia muito forte quando Dean e Sal deixam cada local ou pessoas, há sempre uma descrição do que está sendo deixando para trás quando alguém parte, mas ao mesmo tempo a narrativa mostra muita intensidade e emoção quando se narra a chegada e a estadia em algum lugar. Outro ponto muito forte da narrativa são as cenas em que a música está envolvida, especialmente o blues: a descrição é tão intensa que você sente como se estivesse ali ouvindo a música, no meio de todas as pessoas. Não é à toa que o livro cativou uma geração inteira dos beats, mas também de toda uma juventude ligada à contra cultura na segunda metade do século XX. Sal e Dean, com pouquíssimo dinheiro no bolso, captaram da vida o que muitos outros nunca conseguirão captar. 

Gostei muito do livro e recomendo para quem gosta desse tipo de narrativa. Pude marcar várias páginas e vários trechos dos quais mais gostei, e isso é muito bom. Comentem o que acharam sobre o livro ou se ficaram com vontade de ler. Beijos,
Giovanna



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